
Game Boy AdvanceO portatil de 32 bits da Nintendo
Game Boy Advance
584 Jogos cadastrados | 10 Reviews | 14 Dicas e Guias | 320 FotosEmpresa: |
Nintendo |
Resumo de Especificações Técnicas: | 32 Bits Retrocompatibilidade: Game Boy e Game Boy Color Mídia: Cartuchos CPU: Arm 16,8 Mhz |
Lançamento: | Japão e Estados Unidos - 2001 | ||
Geração: | 6a geração de videogames | ||
Descontinuado em: | 2008 |
Desde que o primeiro Game Boy foi lançado, o engenheiro de hardware Satoru Okada desejava uma chance de voltar e construir algo melhor. Depois da partida de Gunpei Yokoi e posterior morte, Okada assumiu o projeto da próxima geração de Game Boy para finalmente levar os jogos portáteis para a era 8-bit. Trabalhos preliminares no projeto começaram em 1996, mas mais uma vez os custos e restrições práticas tornaram muito difícil concretizar os planos. O Game Boy Color foi um paliativo e provou ser um dos poucos a darem certo na indústria do videogame. Dentro de dois anos de seu lançamento, o mundo já estava comentando sobre o próximo passo da Nintendo. O tempo extra fez bem para o projeto e Okada poderia finalmente realizar todos os seus sonhos.
O novo portátil iria se chamar Game Boy Advance (GBA). A especificação ainda era modesta, como seria de esperar, mas fez o Neo Geo Pocket Color e o Wonderswan parecerem ridículos. Ele apresentava todos os recursos de vídeo do Super NES, uma CPU de 32 bits que superava o Super FX2 e retro-compatibilidade total com todos os jogos de Game Boy. Era tão pequeno e leve como o Game Boy Pocket e funcionava com apenas duas pilhas AA. Até o preço de lançamento foi ótimo, menos de US$ 100.
O GBA foi praticamente incontestável. O projetista do Atari Lynx RJ Mical, que trabalhava com a Ericsson, esperava poder contra-atacar em 2001 com um poderoso dispositivo portátil com capacidade 3D chamado Red Jade, mas quando a Sony comprou a Ericsson, esmagou seus planos ambiciosos (a Sony queria fazer seu próprio portátil futuramente). O mercado estava à mercê da Nintendo e eles o dominaram totalmente.
Lançamento do GBA
O Game Boy Advance foi lançado em março de 2001 no Japão e em junho internacionalmente, longe da agitação da temporada de compras do Natal. O preço modesto e uma linha de jogos muito maior do que a habitual fizeram do GBA uma compra atraente, fazendo com que o sistema vendesse ainda mais rápido do que o seu antecessor. O remake de Super Mario Bros 2 e em grande parte o relançamento de Super Mario All-Stars - o jogo menos popular na série, de alguma forma provou ser o suficiente para vender milhões. O lançamento da sequência de F-Zero (já era hora) satisfez os jogadores famintos por algo novo.
Os jogos ficavam sensacionais no novo portátil, mas tinha um pequeno problema. Na tentativa de preservar a tão preciosa vida útil da bateria, a Nintendo não tinha considerado uma luz de fundo para a tela, então não dava para jogar no escuro - algo que seria corrigido com o Game Boy Advance SP.
O GBA foi o primeiro portátil da Nintendo que podia ser conectado a um console doméstico. Usando um cabo especial você pode ligar as duas máquinas para usar em jogos como The Legend of Zelda: Four Swords Adventures e Final Fantasy Crystal Chronicles, onde os Game Boys eram usados como controles. Em seguida, houve o adaptador sem fio que eliminou os cabos para que os jogadores jogassem juntos jogos como Pokémon FireRed / LeafGreen.
O portátil vendeu 80 milhões de unidades - consideravelmente menos do que os 118 milhões vendidos dos modelos anteriores, mas o seu sucesso foi muito maior. A taxa de adesão dos Game Boy anteriores foi sempre relativamente baixa, sem jogos que vendessem milhões. O Game Boy Advance, por outro lado, era um monstro comercial. Um fluxo constante de jogos da Nintendo e de outros estúdios fez com que as vendas de jogos disparassem, superando de longe o legado que a marca Game Boy tinha construído até ali (12 anos, diga-se de passagem).
Vários jogos do Mario foram ressuscitados para GBA, com Super Mario World, Super Mario Bros 3 e Yoshi's Island sendo relançados, mas o encanador não foi o único herói a retornar. Na verdade, a Nintendo se baseou fortemente em remakes de clássicos antigos para GBA, com Zelda: A Link to the Past, Metroid Zero Mission e Donkey Kong Country sendo refeitos para o console.
No entanto, o GBA teve alguns jogos originais brilhantes, como The Legend of Zelda: The Minish Cap, Metroid Fusion e Golden Sun apenas para citar alguns. A série Mario & Luigi também começou no GBA com o hilário Superstar Saga e, claro, a série Pokémon continuou em grande estilo com Ruby & Sapphire. Essa era também viu o mascote rival da Sega em sua primeira aparição em um console da Nintendo, com o excelente Sonic Advance.
Era um grande momento para ser um gamer. Novos títulos de Castlevania revitalizaram uma série clássica que estava decadente. Samus ressurgiu pela primeira vez desde Super Metroid. Sonic devolveu os jogos 2D que o tornaram famoso. Mario Kart recuperou a manha com seu Mode 7. Enquanto o Game Boy original oferecia muitas versões cruas dos jogos de console, o Game Boy Advance era um paraíso para os jogadores nostálgicos, pois tinha muitos jogos 2D que não teriam lugar na indústria se não fosse pelo portátil.
Game Boy Advance SP e Game Boy Micro
Dois anos depois do lançamento do GBA, a Nintendo respondeu as reclamações dos jogadores de que a tela era muito escura e lançou o Game Boy Advance SP. Ele tinha uma tela mais brilhante, podendo ser visto como um precursor para o DS, uma vez que abria como um pequeno laptop. A Nintendo acabou com as suas preocupações quanto a vida da bateria simplesmente colocando no SP uma bateria recarregável.
Mais tarde, a Nintendo ainda lançou um SP com tela backlit e o Game Boy Micro, que era um SP bem reduzido. O Game Boy Micro foi lançado em 13 de setembro de 2005 no Japão e em 19 de setembro de 2005 nos EUA.
O GB Micro não podia rodar jogos do Game Boy original e jogos de Game Boy Color, devido a suas alterações de design. Mesmo tendo o hardware necessário para rodar os jogos antigos, faltavam circuitos necessários para que ele fosse compatível com os cartuchos antigos de Game Boy. Também é oficialmente incompatível com o Nintendo e-Reader e alguns outros periféricos, devido às mesmas questões de design. É menor do que os sistemas Game Boy anteriores e além disso, possui uma tela backlit com a capacidade de ajustar o brilho, de modo a adaptar-se a iluminação. O formato lembra o estilo do controle do Nintendinho de 8-bits. O Game Boy Micro também vinha com uma frente removível que permitia aos consumidores trocarem por outras cores e designs.
O fim da era do Gameboy
Até o final de 2003, parecia que a marca Game Boy tinha força para continuar para sempre, o que fez a revelação do Nintendo DS ser ainda mais chocante. A Nintendo admitiu, em uma rara demonstração de insegurança, que estava trabalhando em uma próxima geração de Gameboy juntamente com um projeto mais experimental (o DS) e afirmou que o novo portátil seria como um "terceiro pilar", junto com o Game Boy Advance e o GameCube.
Na verdade, a Nintendo não queria queimar a marca Game Boy caso o DS não desse certo. Essa cortina de fumaça era uma maneira da Nintendo testar o mercado com uma nova abordagem de portátil, sem se comprometer com uma mudança de direção a longo prazo.
O Nintendo DS tinha uma tela dupla nada convencional, sendo que uma das telas (a inferior) seria touch screen (tela de toque). Seu hardware seria de próxima geração e o portátil ainda teria retro-compatibilidade com o GBA. A Nintendo esperava que ao simplificar os controles, da forma mais intuitiva possível (toque), seria capaz de capturar o tipo de público tradicionalmente intimidado pelos controles de videogame.
Queira ou não, a aposta da Nintendo estava certa (muitos dos jogos mais vendidos do sistema faziam uso dos controles sensíveis ao toque) e o sistema foi um sucesso inegável. Apesar da Sony ter tentado desbancar o portátil da Nintendo com o lançamento do PSP, o Nintendo DS se tornou tão popular que foi, durante algum tempo, a plataforma líder no Japão para os jogos da Nintendo e de outros estúdios. A Nintendo adotou uma abordagem similar com seu novo console, o Wii, e o resto é história.
E foi assim que a marca Game Boy foi abandonada, quase que por acidente. Se a Nintendo soubesse que o DS seria tão popular, de repente não precisaria fazer uma nova marca para não "contaminar" a marca Game Boy. Hoje poderíamos estar jogando algo como o Game Boy DS. Mas o espírito do Game Boy ainda vive: mesmo que o nome (talvez) nunca mais volte a aparecer em portáteis da Nintendo, ele foi o responsável por tornar os jogos portáteis o que são hoje.